7°grupo: Terceira geração romântica do condeirismo– poesia


  “As décadas de 60 e 70 do século XIX representa um período de transição na poesia brasileira. Ao mesmo tempo que muitos dos procedimentos da primeira e da segunda gerações se mantem, surgem novidades de forma e de conteúdo, dando origem a terceira geração da poesia romântica, que se volta mais para os problemas sociais e apresenta uma nova forma de tratar o tema amoroso’’.


   Neste período a poesia passa por um, período de transição nas décadas de 60 e 70 do século XIX, começou então a surgir novidades na poesia. A poesia então, começa a voltar se para os problemas sociais e começa a tratar o tema amoroso como algo afastado .

  Os poetas Castro Alves, Pedro Luís, Pedro Calasãs e Sousândrade, tinha como base o escritor francês Victor Hugo.
   Essa geração de poetas com preocupação social, escolheram como símbolo o condor (ave de voo alto capaz de enxergar a distancia).Dai e que surgiu o nome de Condoeirismo que também ficou conhecia como Geração Hugoana _ referencia a Victor Hugo.
   Victor Hugo era considerado um menino precoce se tornou escritor , muito jovem , em 1817 com 15 anos Victor Hugo foi premiado pela Academia Francesa por um de seus poemas. Em 1830, lançou o livro “Notre Dame de Paris” foi considerado o maior romance histórico de Victor Hugo.

TRECHO DO LIVRO “Notre Dame de Paris” capítulo V :

Não tentaremos dar ao leitor uma idéia desse nariz tetraédrico, dessa boca recurva como uma ferradura; desse pequenino olho esquerdo obstruído por uma sobrancelha ruiva e áspera como tojo, enquanto o olho direito desaparecia completamente sob a enorme verruga, dessa dentadura desordenada, aqui e além brechada, como as ameias de um forte; desse lábio caloso, por sobre o qual avança um desses dentes como uma presa de elefante; desse queixo fendido; e principalmente da fisionomia diluída sobre tudo isto; desse misto de malícia, de estranheza ou de mágoa [...] Uma cabeça gigantesca, erriçada de uma cabeleira ruiva; entre os dois ombros uma bossa enorme que, com o movimento, fazia vulto por diante; um sistema de coxas e pernas tão singularmente descambadas que apenas se podiam aproximar pelos joelhos e que, vistas de frente, pareciam duas lâminas recurvas de foice, unidas pelo cabo; pés largos, mãos monstruosas [...] Dir-se-ia um gigante despedaçado e inabilmente recomposto.[...] Quasímodo não respondeu; Era, com efeito, surdo. (Victor Hugo, 1830)

No Brasil seu principal escritor foi o poeta Castro Alves. O condoreirísmo no Brasil assumiu feições abolicionistas e republicanas, voltando a atenção para os escravos.
O poema “O navio negreiro” de Castro Alves teve como objetivo de chamar a atenção para a escravidão e o transporte clandestino de negros para o Brasil.

PARTE IV de ‘’O navio negreiro” :

Era um sonho dantesco... o tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 


No turbilhão de espectros arrastadas, 

Em ânsia e mágoa vãs! 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais ... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri! 
No entanto o capitão manda a manobra, 
E após fitando o céu que se desdobra, 
Tão puro sobre o mar, 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!..." 
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais... 

Qual um sonho dantesco as sombras voam!... 

Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
E ri-se Satanás!... 

Perceba a capacidade de Castro Alves em nos fazer ver as cenas, como se estivéssemos num teatro.

A poesia lírica


Castro Alves contia novos aspectos de amor platônico e da idealização da mulher . Ele apresentou um grande avanço na tradição poética brasileira, por ter abandonado o amor convencional e abstrato dos clássicos quanto o amor cheio de medo e de culpa dos românticos. A poesia lírica do poema e uma superação da fase do amor adolescente para o inicio de uma fase adulta.

Adormecida
Adormecida
Adormecida 
Castro Alves
Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...

Quase aberto o roupão... solto o cabelo

E o pé descalço do tapete rente.
Estava aberta a janela. Um cheiro agresteExalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante

Brincavam duas cândidas crianças...

A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
Pára não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!
"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."


Autores do texto: 


   7º grupo 
· Jeferson Neves.
· Andrielle de Moura.
· Larici Pereira.
· Leandra Ribeiro.